quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

MÍDIA, ESCOLA E LEITURA CRÍTICA DO MUNDO


A incapacidade de leitura para além dos códigos linguísticos dos alunos, sejam eles de escolas públicas ou privadas, tem sido objeto de reflexão dos educadores brasileiros para identificar as causas e encontrar caminhos para alteração desta realidade. Não são poucos os especialistas que apontam as fragilidades do sistema educacional do país, tais como: superficialidade, excesso de conteúdo e pouco cuidado com a linguagem.
Os grupos de mídia, principalmente os impressos: jornais e revistas, começaram a distribuir os encalhes de seus exemplares e a produzir versões direcionadas à sala de aula. Este movimento pela inserção do jornal e da revista na sala de aula, como prática pedagógica, ganhou força no início da década de 1990 e ainda hoje continua conquistando novos adeptos, como é o caso da revista Carta Capital, que lançou em outubro de 2005 sua versão pedagógica. Ao anunciar sua inserção no mundo da escola, essa versão da revista passa a disputar um importante espaço atuando diretamente no processo educativo na formação de professores e alunos sobre os acontecimentos da realidade

Aprender sobre o mundo editado pela mídia, a ler além das aparências, a compreender a polifonia presente nos enunciados da narrativa jornalística, não é tarefa fácil, mas desejável para uma leitura crítica da mídia. Discutir a responsabilidade social da imprensa, do jornalista, compreender as intrincadas relações de poder que estão por trás da composição dos veículos; capacitar professores e alunos para entender os sentidos, o significado implícito no discurso da imprensa não são tarefas fáceis. Exigem muito mais que a competência do fazer jornalístico e o entendimento claro de que a linguagem utilizada pela mídia encerra múltiplas interpretações, razão pela qual a leitura da mídia na escola não deve restringir-se à leitura de um veículo, mas à pluralidade dos meios. É necessário reconhecer, portanto, que a linguagem é, por natureza, ideológica.
Para aprender a ler a mídia, decodificar os sentidos explícitos e implícitos na estrutura narrativa da imprensa, a subjetividade na construção da notícia, ao contrário da propalada objetividade, relato da realidade, jornalistas e professores que utilizam e discutem o papel da mídia na escola precisam, inicialmente, desenvolver alguns saberes que passam pela percepção crítica das estratégias e dos padrões na linguagem jornalística, tais como ocultamento, fragmentação e inversão, que possibilitam a manipulação deliberada da informação.
Reconhecer esta realidade não significa, porém, abrir mão de utilizar a mídia como fonte motivadora porque conectada com a realidade vivida por alunos e professores. Trata-se, na verdade, de fornecer os elementos necessários a alunos e professores para fazerem a leitura crítica da mídia a partir da leitura do mundo, tarefa ímpar da escola, que tem ou deveria ter os instrumentos necessários para estabelecer a necessária relação e conexão entre os fragmentos dos fatos e sua historicidade.
A mídia nunca é, portanto, apenas um “testemunho da realidade”, como se ouve com freqüência. Expressões como a antiga “aconteceu, virou manchete” ou “o fato real em tempo real”, entre tantas outras, estão longe da realidade da mídia. Trazer um fato à boca de cena,escolhendo-o para divulgar, implica deslocar um problema do âmbito. Ao capacitar professores para a utilização da mídia na escola, é necessário compreender as armadilhas da linguagem com suas múltiplas potencialidades e limites; identificar as marcas discursivas pelos diferentes modos de dizer para uma leitura dialógica do mundo; examinar a escolha intencional ou não dos verbos introdutórios de opinião, da utilização dos operadores argumentativos e do dito e do não-dito; saber reconhecer que dizer não é sinônimo de afirmar, enfatizar ou garantir; compreender quando se utiliza ainda,  representa um campo autônomo do conhecimento que deve ser estudado e ensinado às  crianças da mesma forma que estudamos e ensinamos a literatura, por exemplo. A integração da mídia à escola tem necessariamente de ser realizada nestes dois níveis: enquanto objeto de estudo.
Os objetivos das empresas de comunicação, de acordo com os resultados da pesquisa são principalmente: incentivar a leitura de jornais; incentivar outras leituras; ensinar o aluno como é o jornal; promover o debate sobre o papel da imprensa; capacitar o aluno a ler criticamente o jornal; promover o respeito à opinião divergente; aproximar a escola das questões do cotidiano; facilitar uma aproximação entre os professores; tornar o currículo mais dinâmico; ajudar o aluno a se expressar melhor e com maior confiança em si; contribuir para que o aluno escreva melhor; facilitar a  criação do jornal escolar; contribuir para o aprendizado informal da língua; contribuir para que o aluno conheça melhor o mundo em que vive; contribuir para o exercício da cidadania e colaborar para a construção de um conhecimento mais amplo e multidisciplinar do aluno.
Toda linguagem é ideológica porque, ao refletir a realidade, ela necessariamente a refrata. Há sempre, queira-se ou não, uma transfiguração, uma obliquidade da linguagem em relação àquilo a  que ela se refere. Por usa própria natureza, de mediadora entre nós e o mundo, a linguagem apresenta sempre, inelutavelmente, um descompasso em relação à realidade.
O grande desafio reside, no entanto, na discussão pedagógica sobre a utilização dessas estruturas narrativas como modelos de texto a serem seguidos, em alternância aos textos literários, na maior parte desconectados da realidade, mas ricos em estilo e criatividade, que povoavam com mais freqüência, no passado, os livros didáticos. Entretanto, para ser usado na sala de aula, deve ser percebido, também, a partir de seus limites e não apenas de sua potencialidade.
Utilizar a mídia na escola é o primeiro passo para a leitura do mundo. Em contrapartida, é essencial que o exercício cotidiano no uso da mídia na sala de aula não se limite à leitura de jornais, revistas ou dos veículos eletrônicos. Para se ler o mundo a partir dos olhares dos outros, é fundamental que seus leitores aprendam antes a ler o mundo em que vivem, por meio da construção de suas próprias narrativas. Só assim será possível a construção do conhecimento, a transformação do educando em sujeito de sua própria história. A aquisição do pensamento crítico é resultado da inserção e percepção direta do aluno como agente mobilizador na sua realidade.E para isso, a escola não pode esquecer - se do ecossistema comunicativo no qual vivem os alunos. Ou seja, ou a escola colabora para democratizar o acesso permanente a esse ecossistema comunicativo ou continuara a operar no sentido da exclusão, tornando maiores os abismos existentes (Baccega, 2003,p. 81). Os percursos metodológicos entre as áreas de comunicação e educação vêm sendo trilhados há muito tempo, de forma paralela, sem que os especialistas desses campos do conhecimento consigam chegar a um denominador comum para a interface necessária no uso adequado da mídia na escola. Nas sociedades modernas, em que os meios de comunicação interferem diretamente na formação/deformação das pessoas,sejam elas crianças, jovens ou adultos, não há mais como negar a importância de pesquisas integradas entre esses dois campos de estudo para resultados mais eficazes nos procedimentos pedagógicos das escolas.


MÍDIA-EDUCAÇÃO NO CONTEXTO ESCOLAR: MAPEAMENTO CRÍTICO DOS TRABALHOS REALIZADOS NAS ESCOLAS DE ENSINO FUNDAMENTAL EM FLORIANÓPOLIS.


  Nossas vidas vão mudando à medida que ampliamos conhecimento em relação às novas tecnologias. Prosseguindo o autor do texto destaca que a vida cotidiana está mergulhada nas modernas tecnologias de comunicação, e isso traz grandes desafios para o campo da Educação, tanto em termos de intervenção quanto de reflexão. Há computadores, máquinas fotográficas, jornais, revistas, gibis, acesso à internet até filmadoras em boa parte das escolas de ensino fundamental de Florianópolis.Entretanto, não parece estar havendo formação suficiente ou adequada das professoras que promova ou estimule usos críticos e criativos.
 Os gestores das escolas parecem não levar em conta que muitas das professoras atuais nasceram em um mundo sem muitas das mídias disponíveis hoje. Apesar de enxergar que as crianças são consumidoras de um vasto leque de mídias, a maioria das professoras parece ainda não ter se dado conta de que poderia ser mediadora desses usos. E, muitas das que vislumbram tal possibilidade, parecem não saber como fazê-lo. Desta forma, os aspectos-chave pensados por Bazalgette (1992) orientam a análise do que foi observado.
Tecnologia: é um aspecto bastante trabalhado, mas geralmente através de 15 um viés de aquisição de habilidades: os alunos eram estimulados a aprender a manusear câmeras, montar apresentações no computador, digitar textos ou pesquisar na internet, e não a refletir sobre quais tecnologias poderiam usar. A definição, já no início do trabalho, da tecnologia a ser empregada, inviabiliza que se pense nas outras tecnologias possíveis de serem usadas para resolver o problema de comunicação posto. A abordagem é complicada pelo fato de que muitas professoras possuem um conhecimento sobre tecnologias mais limitado que o dos alunos.Tecnologia: é um aspecto bastante trabalhado, mas geralmente através de 15 um viés de aquisição de habilidades: os alunos eram estimulados a aprender a manusear câmeras, montar apresentações no computador, digitar textos ou pesquisar na internet, e não a refletir sobre quais tecnologias poderiam usar. 
A definição, já no início do trabalho, da tecnologia a ser empregada, inviabiliza que se pense nas outras tecnologias possíveis de serem usadas para resolver o problema de comunicação posto. A abordagem é complicada pelo fato de que muitas professoras possuem um conhecimento sobre tecnologias mais limitado que o dos alunos.
Agência, categorias e audiência foram os aspectos menos abordados. Isso aponta um 16 caminho em construção, que quer ultrapassar o simples uso para chegar a um uso reflexivo e também expressivo.
Desta forma os aspectos ligados à tecnologia, linguagem e representação foram os mais trabalhados. Mesmo assim, algumas abordagens são privilegiadas, como por exemplo a aquisição de habilidades (tecnologia) ou um viés ideológico (representação).


sábado, 24 de novembro de 2012

 Como fazer bolha de sabão mais  resistente


Esse experimento de Química mostra como obter bolhas de sabão mais resistentes e explica como esse conteúdo está relacionado às ligações de hidrogênio e às estruturas das oses.

Esse experimento bastante divertido pode ser realizado pelo professor e pelos alunos dentro da sala de aula mesmo. 
O professor pode utilizar essa estratégia de ensino para ensinar os conteúdos de “Forças intermoleculares”, principalmente as “Ligações de hidrogênio” e também o conteúdo de “carboidratos ou glicídios”, que trata das oses ou monossacarídeos.
Mais adiante será explicada a relação desses conteúdos com o experimento proposto. 
Por enquanto, porém, vejamos o segredo para se obter bolhas de sabão grandes e que demoram a estourar.

Procedimento:
Misture em um recipiente 100 mL de detergente para lavar louça, 100 mL de água e 50 mL de xarope de milho.
Se quiser, você pode fazer uma quantidade maior dessa “receita”, apenas tome o cuidado para seguir a proporção de 1: 1: ½. Isto é, se, por exemplo, você colocar 500 mL de água, terá que adicionar 500 mL de detergente e 250 mL de xarope de milho.
Deixe a mistura descansar por dois dias para que ela fique homogênea sozinha, pois não é uma boa ideia agitá-la, e depois é só se divertir, usando um aro com suporte feito de arame grosso. Lembre-se que o aro deve ser menor que a boca do recipiente.

Relação do experimento com conteúdos de Química:
As ligações de hidrogênio são as forças intermoleculares mais intensas que existem e elas são atrações que ocorrem entre átomos de hidrogênio ligados a átomos de flúor, oxigênio e nitrogênio.
Na água, esse tipo de interação ocorre entre os hidrogênios das moléculas de água, que representam o polo positivo; e os oxigênios, que representam o polo negativo. Essa interação ocorre em todas as direções – somente no caso das moléculas da superfície da água que isso não ocorre, pois não há moléculas em todas as suas direções e isso cria a chamada tensão superficial da água. Assim, é isso que ocorre com as moléculas que estão na superfície da bolha: elas realizam ligações de hidrogênio apenas com as moléculas que estão ao seu lado. A fim de diminuir essa superfície ao mínimo e ficar mais estável, a bolha adquire o formato esférico, com menor área de superfície e volume.
O detergente é um agente tensoativo ou surfactante, pois ele diminui essa tensão superficial da água. A bolha se mantém sem estourar em virtude das interações entre as moléculas de água que restaram depois de se adicionar o detergente.
É aí que entra o papel principal nesse experimento do xarope de milho. Ele é formado por 80% de glicose e 20% de frutose, que são monossacarídeos ou oses. Essas substâncias possuem em sua estrutura vários grupos hidroxila (OH), conforme mostra a figura a seguir:
Essas várias hidroxilas aumentam a quantidade de ligações de hidrogênio, pois haverá esse tipo de ligação entre suas moléculas e também com as moléculas de água. Como resultado, a evaporação da água na superfície da bolha será dificultada e as bolhas demorarão mais tempo para estourar; além de se tornarem mais resistentes, aumentando a probabilidade de se fazer bolhas maiores.
Essa função do xarope de milho nos mostra que é possível usar no lugar dele qualquer substância que apresente vários grupos OH em sua estrutura, como a sacarose, por exemplo, que é o açúcar comum, e a glicerina.
A aprendizagem de ser educador